O burnout foi incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID-11) em 2022, ou seja, agora as empresas se tornam responsáveis pela saúde dos colaboradores, principalmente nas lideranças.
As empresas dependem de bons líderes para conseguirem serem bem-sucedidas. A produtividade, desempenho, engajamento e retenção de talentos muitas vezes são influenciadas pelas lideranças das empresas.
Mas o que acontece quando a liderança sofre com burnout? O que acontece com a organização? Com sua equipe? Nada de bom.
A Organização Mundial da Saúde diz que o burnout é caracterizado por exaustão, aumento da distância mental do trabalho e redução da eficácia profissional.
Uma empresa americana, a Gallup descobriu que de 4 trabalhadores, 3 sofrem os efeitos do burnout algumas vezes. Isso piora quando 28% relatam sentir-se esgotados no trabalho frequentemente.
Os resultados são preocupantes, pois o burnout aumenta em 63% as chances de desenvolver alguma doença mental.
O burnout e a exaustão concentram-se em líderes esgotados que às vezes tomam decisões erradas por focarem muito no trabalho e deixarem a vida pessoal de lado.
Com isso temos resultados preocupantes em relação às tomadas de decisões, aos atendimentos ao cliente, controle de qualidade e inovação que são prejudicados à medida que o desempenho desses funcionários diminui.
Além disso, com líderes exaustos lidando com as consequências do burnout, a vulnerabilidade de toda a organização aumenta. Ainda mais quando os líderes são quem auxiliam nesse sentido, cuidando do engajamento e do bem-estar.
Então, quando acontece esse esgotamento, toda a equipe é afetada e consequentemente os resultados também. Segundo pesquisas também da Gallup, líderes são mais propensos a experimentarem as consequências do burnout.
Em outras palavras, as pessoas mais responsáveis pelo desempenho da equipe também correm o maior risco de burnout.
Como identificar o burnout nas lideranças?
É comum associar que o burnout é causado exclusivamente pelo excesso de trabalho, com uma rotina conturbada, pressão e metas irrealistas. É muito claro que uma pessoa que sofre com essa quantidade de estresse vai pedir socorro em algum momento.
O burnout é exaustão emocional, despersonalização, redução do sentimento de realização profissional e pessoal e ansiedade crônica.
É possível perceber algumas ações que podem causar burnout, principalmente nas lideranças:
- Carga de trabalho excessiva.
- Desvalorização da função.
- Falta de suporte da empresa.
- Pressão excessiva por entregas.
- Metas irreais.
- Falta de comunicação clara.
Além disso, podemos citar alguns sintomas do burnout:
- Sentimento de exaustão física e mental.
- Dificuldades para dormir.
- Diminuição da produtividade.
- Mudanças de humor frequentes.
- Ansiedade.
- Sentimentos fortes de insegurança.
Portanto, a forma como as pessoas vivenciam sua carga de trabalho tem uma influência mais forte no esgotamento do que as horas trabalhadas.
Como enfrentar o burnout nas lideranças?
Agora que conseguimos identificar os fatores que colaboram para o burnout, precisamos de soluções para enfrentar essa síndrome que prejudica toda a empresa.
Um fator que contribui muito para o enfrentamento da síndrome é uma cultura humanizada, que prioriza o bem-estar e saúde mental do funcionário.
Quando as pessoas se sentem inspiradas, motivadas e apoiadas em seu trabalho, elas trabalham mais – e esse trabalho é significativamente menos estressante para sua saúde e bem-estar geral.
Ou seja, quando os líderes estão engajados com sua equipe e alinhados com um propósito, o engajamento aumenta assim como a produtividade.
Reverter o burnout não é uma tarefa fácil, porém é uma razão para se preocupar mais com o colaborador e a cultura organizacional da organização.
Para evitar que os resultados da empresa sejam desastrosos, é importante cuidar e enfrentar de frente o burnout nas lideranças que impactam o resto de sua equipe.
E para isso, é necessário o investimento da empresa em uma cultura saudável, com práticas que abordem a saúde mental, autoconhecimento e prevenção ao adoecimento mental.
Quais os desafios para prevenir o burnout nas lideranças?
A experiência dos líderes em lidar com o burnout afeta toda sua equipe, mas a função tem desafios únicos que podem intensificar a exaustão, tais como:
Expectativas pouco claras.
Mais de 4 em cada 10 líderes concordam fortemente que eles tem várias prioridades que acabam gerando uma carga alta de trabalho. Por isso é importante ter uma comunicação clara de expectativas com a gerência da empresa para não gerar conflitos.
Carga de trabalho pesada e distrações.
A semana de trabalho do líder médio é meio dia a mais do que a do colaborador individual médio. Além disso, os líderes geralmente têm muito mais o que fazer e também sofrem mais com interrupções no trabalho, o que pode causar uma falta de organização.
Menos foco em seus pontos fortes.
Os líderes são menos propensos do que os colaboradores individuais a acreditar que têm a oportunidade de fazer o que fazem melhor no trabalho.
Eles também são menos propensos a ter o trabalho devidamente delegado a eles, pois a maior parte de seu tempo é dedicada a atender às necessidades dos outros.
Esses desafios são comuns aos líderes, mas eles não enfrentam desafios o dia todo, todos os dias. E mesmo naqueles dias em que os desafios são pesados, contorná-los com agilidade pode ser muito divertido.
O que pode ocasionar o burnout nas lideranças é não ter um autoconhecimento de suas emoções e uma cultura saudável na empresa. Além disso, é comum que suas decisões tenham um peso maior e isso possa causar uma pressão negativa.
Principais dados sobre o burnout e como eles impactam a liderança
Por ter sido categorizada recentemente pela Organização Mundial da Saúde como doença ocupacional, ainda é cedo para calcular o real impacto do burnout na população.
Mas de acordo com uma pesquisa feita pela International Stress Management Association em 2018 aponta que mais de 33 milhões de pessoas sofrem com o burnout.
Quando avaliamos os casos de burnout na pandemia, os números impactam ainda mais, tendo um aumento de 78% de profissionais com a síndrome de burnout, de acordo com a PEBMED. Além disso, temos cerca de 81,9% das pessoas sofrendo com ansiedade e 68% com depressão.
O Brasil, sendo o país mais ansioso do mundo, tende a sofrer significativamente com os casos de burnout.
Esses índices são fatores extremamente preocupantes, principalmente quando pensamos em quanto as lideranças são importantes nas empresas e em suas equipes. Isso porque os funcionários contam diretamente com o apoio de seus líderes e se esses estão sofrendo com burnout isso consequentemente afetará toda a equipe.
Mas e aí, quais ações tomar para a prevenção do burnout?
Ter um ambiente de trabalho saudável que respeite o funcionário já é um grande passo na prevenção do burnout.
Esclareça as expectativas e envolva os gerentes na tomada de decisões
Se reúna semanalmente e informalmente para discutir prioridades, barreiras e conquistas recentes com cada gerente.
Nada reduz o esgotamento mais rápido do que entrar na mesma página e fornecer suporte contínuo.
Essas conversas também são envolventes porque mostram aos líderes como o trabalho deles impulsiona o propósito, a marca e a cultura da organização – tudo isso enquanto estabelece metas colaborativas que levam todos adiante por meio do alinhamento e da propriedade.
Cargas de trabalho justas e controle sobre o trabalho:
Seja claro sobre as prioridades enquanto descreve o que está e o que não está na alçada do líder, para que eles possam fazer seu trabalho à sua maneira.
Desde que engajem suas equipes e alcancem os resultados necessários, os líderes devem ter esse controle sobre o trabalho.
Estimule a colaboração e reduza o estresse:
Crie redes de gerentes para suporte mútuo, colaboração multifuncional e relacionamentos de confiança. Incentive os ciclos de feedback de um nível para cima e para baixo.
Converse com cada líder sobre os tipos de trabalho que devem ser feitos sozinhos ou em grupo – principalmente em organizações híbridas – de acordo com as necessidades da tarefa e do indivíduo.
E principalmente, invista em um programa de bem-estar projetado especificamente para sua empresa.
Como a Holos pode prevenir o burnout nas lideranças
Investir em programas que previnem o adoecimento mental e estresse no trabalho podem ser excelentes para não só as lideranças, como toda sua equipe. Boas opções que são comprovadamente eficazes para a prevenção do burnout são práticas como o mindfulness, meditação e terapia sonora.
Essas práticas auxiliam no foco e autoconhecimento, o que deve ser aproveitado pelas empresas para a promoção do autocuidado. Esses são momentos em que o funcionário pode tirar para descansar e ter uma pausa durante o dia.
São várias as opções que permitem que a empresa desenvolva uma cultura humanizada e saudável e a Holos pode ajudar a sua empresa nesse aspecto.
A pandemia não inventou o burnout. Tem prejudicado empresas e indivíduos há anos. Mas nunca houve um momento mais urgente para lidar com isso, e uma abordagem sistêmica pode ser o antídoto mais eficaz.
Para promover uma cultura organizacional mais saudável, baixe no ebook sobre saúde emocional e conheça mais sobre a Holos!