Cultura Organizacional: o que é, exemplos e tendências para 2021

Cultura organizacional

Você, certamente, já ouviu falar sobre a cultura organizacional. Mas, sabe, de forma exata, do que se trata? É uma estratégia empresarial que tem ganhado cada vez mais destaque no mundo corporativo, utilizada, principalmente, para garantir um ambiente de trabalho autêntico, organizado e, sobretudo, alinhado aos valores, crenças e ideais da empresa.

Pautada essencialmente no reflexo da imagem dos idealizadores da instituição — já que são eles a base primária de toda essa estrutura corporativa e, pelo menos no início, quem faz as contratações — a cultura pode ser entendida como um mindset que devem ser assimilado, vivido, na prática, e compartilhado por todos os integrantes da equipe, desde o nível mais operacional até o mais estratégico.

Ela pode ser percebida nas nuances e diretrizes do negócio, como o clima organizacional, os hábitos da equipe, a abertura da empresa para a diversidade humana, o horário de trabalho estabelecido, o dress code, a personalidade da comunicação interna, os tipos de ações de treinamento e desenvolvimento implementadas, entre outras.

Alguns dos seus principais objetivos são manter uma rotina comportamental padronizada dentro da organização e coerente com alguns parâmetros definidos pela liderança e o setor de RH. No mais, outra importante finalidade da estratégia diz respeito, principalmente, a manter um time altamente motivado e que se identifica, de maneira genuína, com a instituição.

Afinal, por meio de uma cultura corporativa forte e coerente, é possível atrair e reter os talentos certos na equipe — o que pode aumentar, de maneira considerável, a sua produtividade e a lucratividade, fornecendo total aporte para o crescimento e o desenvolvimento da empresa. Além disso, a cultura também costuma ser um fator que impacta diretamente e acaba por estabelecer o posicionamento do negócio no seu mercado.

Agora que você entendeu, brevemente, do que se trata a cultura organizacional e a sua importância no ambiente corporativo, que tal ir mais a fundo no assunto? Então, convidamos você — principalmente se é um profissional da gestão ou do RH — a continuar a leitura e não perder nenhum detalhe sobre esse tema, que é uma das principais tendências em 2021 no mundo corporativo. Vamos lá?

Por que a cultura organizacional é a tendência do momento?

Na introdução do texto, você teve uma ideia básica sobre o que é a cultura organizacional e quais as suas vantagens. Mas, para compreender, em sua completude, a real importância e o poder de protagonismo dela em 2021, vamos refletir sobre alguns pontos.

Sabemos que as necessidades humanas vão muito além de bens materiais e recursos financeiros, certo? Então, partindo dessa afirmação, podemos afirmar que as pessoas, em geral, podem se sentir também muito satisfeitas com aspectos psicológicos e comportamentais no seu dia a dia laboral.

Alguns desses exemplos são quando:

  • podem fazer parte de um grupo com o qual se identificam;
  • estão em um ambiente alinhado aos seus valores;
  • existe a possibilidade de uma convivência interpessoal harmônica;
  • sentem-se acolhidos, respeitados, validados e considerados pelos demais;
  • percebem abertura para expressarem suas ideias, sugestões, feedbacks e oposições;
  • entre várias outras.

E, se estamos falando na esfera corporativa — o que antes era considerado um local um tanto quanto hostil — é aí que a idealização de cada um desses pontos se torna ainda mais relevante.

Afinal, hoje, a tendência é que os colaboradores almejem, cada vez mais, estar em uma empresa disposta a proporcionar esse ambiente ou, caso ainda não seja possível, que, pelo menos, tenha a intenção de passar por um processo de transformação, até que isso seja alcançado. Ou seja, adotar, de fato, uma cultura com características cada vez mais humanas, com cordialidade, respeito, inclusão e equilíbrio.

Então, em resumo, oferecer o salário e benefícios corporativos especificamente financeiros, como vale-refeição, vale-cultura, PLR ou bônus por cumprimento de metas, obviamente, são ótimos. Mas, hoje em dia, somente a questão do dinheiro não é mais o suficiente. Como dissemos, os colaboradores têm valorizado mais e mais questões relacionadas ao bem-estar e saúde integral nos locais onde trabalham. É aí que uma boa cultura tem uma boa oportunidade de entrar e fazer acontecer, ao trazer inúmeras possibilidades de tornar essa rotina mais motivadora, alegre e leve.

E, olhando do lado das equipes, para que elas estejam sempre dispostas a colaborarem para manter esse clima positivo e a produtividade, também é importante oferecer a eles uma base sólida e recursos para que isso aconteça. 

Assim, enxergar verdadeiramente cada um de seus colaboradores — criando, como parte da cultura, programas internos de cuidados com a parte mental e emocional, por exemplo — pode ser uma opção altamente recompensadora e efetiva, nesse sentido.

Não é à toa que uma das principais corporações do Brasil, a Ambev, atualmente, mergulhou de vez nessa tendência e criou uma diretoria especialmente dedicada a cuidar, não só do corpo, mas também da mente e das emoções de seu time — o que fortalecerá ainda mais a imagem da sua cultura organizacional como referência e modelo mundial para outras organizações que querem estar à frente da concorrência.

Segundo Mariana Holanda, a primeira diretora de saúde mental da equipe da Ambev, “a gente precisa trazer um olhar para o ser humano na sua totalidade. Na companhia, já vínhamos antecipando essa conversa ao trazer atenção para características como vulnerabilidade, empatia, escuta propensa ao outro”.

Essa mentalidade de transformação e cultura de saúde mental da Ambev, que tem como principal lema “a permissão para errar”, certamente, trará impactos bastante satisfatórios para a empresa, como um todo. Interessante esse movimento da Ambev e outras empresas preocupadas com a sua cultura e a saúde de seus colaboradores, né?! Então, que tal acompanhar essa grande tendência e descobrir mais informações importantes sobre o tema?

Agora, vamos entender do que uma cultura corporativa é composta, como descobrir se a cultura da sua empresa é boa e conferir dicas sobre como construir uma cultura forte e benéfica.

Do que uma cultura organizacional é constituída?

A cultura organizacional é estruturada, basicamente, por três bases principais, sobre as quais você verá mais detalhes, a seguir.

Artefatos

Os artefatos representam o primeiro nível da cultura, sendo explicitados por aspectos mais palpáveis, nítidos e superficiais do ambiente. Para perceber os artefatos, basta que a pessoa esteja na empresa, para ver, ouvir e sentir o ambiente e as situações que ocorrem ali. Ou seja, seria uma espécie de impressão sensorial da sua vivência.

Alguns exemplos de artefatos são:

  • padrão comportamental da equipe;
  • dress code;
  • esquema de comunicação;
  • valores e prioridades;
  • rituais internos;
  • etc.

Valores compartilhados

O segundo nível da cultura fica a cargo dos valores compartilhados. Eles representam aspectos um pouco mais profundos e intrínsecos às experiências no dia a dia da empresa, e são considerados atributos muito valorizados pela equipe, fazendo com que os integrantes se sintam realizados por estarem ali.

Esses valores, em geral, são criados pelos idealizadores da instituição e carregam o seu DNA, tornando-se uma espécie de identidade corporativa — o que cria um pacto de valores e boas práticas entre todos os envolvidos.

Pressuposições básicas

Esse terceiro nível é bem mais sutil e tênue do que os dois primeiros, pois é percebido por meio de vivências mais menos concretas na rotina. Como o próprio nome diz, são pressuposições.

Portanto, trata-se de algo que não é, de fato, visto ou falado, de forma literal, mas sim, captado nas entrelinhas da cultura, talvez nem mesmo conscientemente pelos funcionários.Alguns exemplos são as crenças, os sentimentos, as interpretações, as percepções, as impressões, entre outras.

Concluindo, a cultura possui esses três elementos fundamentais, que, em conjunto, formam a estrutura global da identidade de qualquer empresa. Mesmo se a instituição em que você trabalha ainda não aderiu a um movimento no intuito de aprimorá-la, saiba que esses fatores já existem. Agora, basta descobrir se eles estão condizentes com os valores institucionais ou não — e é o que você vai aprender a fazer, agora!

Como saber se a cultura organizacional da empresa é boa?

Entender se a cultura da empresa está corretamente alinhada nem sempre é uma tarefa simples. Porém, como vimos, essa busca passa a ser quase uma obrigação de corporações que querem manter um ambiente coerente, alinhado e harmônico. Assim, a atuação de uma gestão eficiente e um RH estratégico serão capazes de chegar a essas respostas para, então, atuar no sentido das melhorias necessárias.

Para te ajudar nisso, trouxemos algumas perguntas básicas que os líderes devem se fazer:

  1. Qual é o nosso principal ideal (ser relevante socialmente, ganhar dinheiro, carregar a bandeira de uma causa, etc)?
  2. Quais são os nossos valores, a nossa missão e a nossa visão?
  3. Visamos predominantemente à lucratividade ou somos uma empresa mais humana?
  4. Como é a forma de tratamento interpessoal: mais formal ou mais próxima?
  5. Quais são os valores que guiam todas as ações da empresa (ajudar, ensinar, aprender, resolver, confiar, respeitar, etc.)?
  6. Existe uma organização dos processos ou damos liberdade para os colaboradores fazerem as coisas como preferirem?
  7. Há o hábito de proatividade ou de reatividade na resolução de problemas?
  8. Temos a cultura de controlar ou de delegar?
  9. Os processos devem ser seguidos de forma rígida ou há certa flexibilidade?
  10. A empresa tem abertura para feedbacks?
  11. Existe a cultura da inovação?
  12. Temos indicadores de performance estabelecidos? Se sim, quais são?
  13. Há uma cultura de valorização do aprendizado contínuo?
  14. Como são as nossas regras de horário?
  15. Qual é o nosso dress code?
  16. Como é a qualidade da nossa comunicação?

Ao chegar às respostas para essas perguntas ou, pelo menos, à maioria delas, já será possível fazer um comparativo entre o que, de fato, existe na empresa e o que a diretoria vislumbra como ideal e criar uma estratégia eficiente.

Lembrando que não há um padrão de respostas corretas ou erradas — cada instituição tem suas particularidades. O que importa é que essas questões sejam respondidas com o máximo de sinceridade e, caso haja dúvidas, pode-se, até mesmo, recorrer a pesquisas internas para saber a opinião da equipe e chegar às respostas mais coerentes e realistas possíveis.

Outra sugestão é incluir outras questões ou excluir da lista acima, conforme a realidade da sua empresa. Aí, com todo esse material em mãos, chegou a hora de usar as informações colhidas para criar um plano de ação, com vistas à cultura organizacional desejada. Veja, abaixo, algumas sugestões de como idealizá-la.

Como construir uma cultura organizacional ideal?

Como falamos logo no início do texto, a cultura surge, principalmente, dos ideais de seus fundadores. Então, ao perceber que alguma das respostas ao questionário acima não condiz com o que a liderança almeja, será necessário traçar estratégias para conquistar resultados mais coerentes.

Um ponto de partida interessante é reunir todas essas informações e eleger quais pontos são prioritários para resolução. Vamos supor que seja identificado um desalinhamento no quesito relacionado à busca da lucratividade x empresa humana, 

Então, se há um lapso entre o que acontece, de fato, no dia a dia da empresa e o que a gestão considera como ideal — sendo que a instituição transparece ser mais mercenária e se preocupa menos com o bem-estar dos funcionários, mas deseja ser o contrário, há inúmeras possibilidades a se explorar para mudar esse perfil de cultura.

Nesse caso, criar ações que tenham foco no indivíduo, tirando um pouco o negócio em si como protagonista, são ótimas maneiras de se realizar essa transformação na cultura organizacional. Algumas sugestões de táticas, nesse sentido, são:

  • aplicar pesquisas de clima interno, como NPS, para saber como os funcionários enxergam a empresa e alinhar expectativas bilaterais;
  • possibilitar o desenvolvimento de líderes, em vez de chefes;
  • criar programas de acompanhamento do funcionário em sua trajetória na empresa, focando não só no desempenho, mas também na sua satisfação;
  • capacitar os gestores a criar um ambiente em que o colaborador se sinta acolhido, integrado e seguro;
  • estruturar atividades de interação e aproximação entre colaboradores e gestão;
  • proporcionar momentos de lazer em equipe, como happy hours, festas de fim de ano ou outros eventos interessantes para a organização;
  • oferecer mimos, comemoração ou folgas em datas especiais, como no aniversário da pessoa;
  • desenvolver ações de cuidados holísticos (saúde mental, emocional e psicológica) dos funcionários.

Uma dica para esse último item, que tem estado cada vez mais em destaque, como você viu aqui antes, seria realizar, por exemplo, sessões de relaxamento e aplicação de reiki, aulas de yoga e meditação, entre várias outras ações nessa linha, que possam proporcionar uma rotina mais saudável e satisfatória à equipe.

Como vimos, ter uma cultura organizacional forte e conectada com os valores da empresa a torna mais competitiva, define o seu posicionamento no mercado e, o mais importante, oferece um ambiente coerente com os ideais institucionais e do time.

Os benefícios são muitos: atrair talentos que tenha realmente afinidade com esse conjunto de valores e, consequentemente, diminuir o turnover, proporcionar mais saúde e melhorar a vida dos colaboradores como um todo — e o reflexo de tudo isso, no final das contas, é uma maior produtividade e lucratividade para a empresa, além de um local de trabalho mais feliz e harmonioso.

Não há dúvidas de que essa é uma proposta, certo? Então, convidamos você a se inscrever no nosso webinar on-line gratuito para saber tudo sobre o futuro do trabalho e o papel das empresas no bem-estar dos colaboradores. Nos vemos lá!

 

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